Ciclo I- 6 à 9 anos

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Perguntas frequentes

1. A escola é muito liberal?

Nós, enquanto adultos, temos uma ideia errônea do que é liberdade. Confundimo-las, por vezes, com libertinagem. Não raras as vezes, as pessoas nos procuram dizendo que “aqui as crianças são livres, sem regras, fazem o que querem…”. Isso é um grande engano! Montessori dizia: “A liberdade dada à criança não é a liberação dos pais e professores; não é a liberdade das leis da natureza ou da sociedade, mas sim a mais elevada liberdade de autodesenvolvimento e auto realização compatível com o servir à sociedade.” Ou seja, a liberdade da qual tratamos, está relacionada às possibilidades de fazer escolhas que poderão somar em seu desenvolvimento, individual ou coletivo, tendo um professor preparado e um ambiente planejado para que possam alcançar suas habilidades e competências. Além de também estar relacionada ao direito de ser criança, de brincar, de descobrir seus talentos sem que haja projeções dos adultos e, principalmente, ser respeitado em seu ritmo de desenvolvimento.

2. Possuem aulas extras?

Sim, possuímos sim. Porém, nossa ideologia para educação, nos impedem de cobrar. Todas as aulas extras que possuímos na escola são ministradas a todos os alunos que fazem parte daquele período. Logo, não cobramos nada a mais por isso. Acreditamos em uma educação inclusiva e não, excludente.

3. Eles aprendem a conviver e trabalhar em grupo?

Com certeza! Embora as crianças trabalhem muito individualmente, segundo seus interesses e necessidades, elas também têm vários momentos coletivos: a atividade de linha que acontece diariamente, na hora das refeições, no parque, nas atividades complementares e, também, no trabalho pessoal em pequenos grupos.

4. Como as crianças que estudaram numa escola Montessori se adaptam às outras escolas?

Todo o sistema de ensino Montessoriano ajuda a criança a ter autodisciplina, concentração, autonomia e curiosidade, habilidades indispensáveis para quaisquer métodos de ensino. Portanto, com essas habilidades bem desenvolvidas, a criança pode adaptar-se facilmente a quaisquer sistemas de ensino.

5. Como funcionam os agrupamentos? As crianças de idades diferentes ficam juntas na mesma turma?

Esse é um dos grandes trunfos de Montessori!
A junção de alunos de 2 a 3 faixas etárias diferentes, sempre foi visto como uma proposta ousada da Dra. Montessori. Hoje, este conceito é completamente aceito e amparado pelo meio acadêmico, lei e nas mais variadas propostas pedagógicas, em que se percebe a artificialidade do trabalho seriado.
Há diversas boas explicações para que façamos o agrupamento, mas pensemos: qual outro espaço da vida, indivíduos são limitados a relacionarem-se exclusivamente com outros indivíduos de sua mesma faixa etária, tal qual nas escolas tradicionais?
A seriação (divisão em séries) parte do princípio da homogeneidade, já completamente descartado, pois mesmo numa sala seriada, com crianças da mesma idade, terão histórias, perspectivas e necessidades únicas.
Para nós, a riqueza está na heterogeneidade e nas infinitas possibilidades pedagógicas que daí surgem. Uma criança maior tem muito prazer em ensinar a menor o que já sabe e vice-versa. É aí que o verdadeiro conhecimento se constrói.
“Compor uma sala como uma sociedade, organizando o agrupamento de forma “vertical” é assegurar o fio da vida social. A constituição de uma classe de “mesma idade” é um erro fundamental, que dá lugar a toda a espécie de outros erros; um isolamento artificial, que impede o desenvolvimento do sentido social. As nossas escolas demonstram que as crianças e jovens de idades diferentes se ajudam uns aos outros; os menores veem o que fazem os maiores e pedem-lhes explicações.” - Maria Montessori

6. As crianças são alfabetizadas quando e como?

Para uma alfabetização respeitosa, nossa escola se baseia nos princípios educacionais desenvolvidos pela médica e pedagoga Maria Montessori, em consonância com toda a contribuição de grandes educadores e estudiosos da área. Buscamos proporcionar um ambiente de aprendizado que respeite as capacidades individuais das crianças, incentivando a exploração, a autonomia e o interesse natural pelo aprendizado. Aqui estão alguns pontos-chave sobre como a alfabetização em nossa escola:
a. Foco na Fase Sensível: Montessori identificou fases sensíveis para determinados aprendizados (períodos sensíveis), períodos em que as crianças estão particularmente receptivas a certos tipos de aprendizado. A fase sensível para a linguagem ocorre nos primeiros anos de vida. Durante esse período, as crianças têm maior facilidade em absorver informações linguísticas e desenvolver habilidades de comunicação.
b. Ensino Individualizado: Os educadores Montessori observam as necessidades e interesses individuais de cada criança, oferecendo orientação personalizada. Isso permite que cada criança avance no seu próprio ritmo e alcance o sucesso no seu tempo.
c. Aprendizado Multissensorial: O método Montessori enfatiza o uso de múltiplos sentidos no aprendizado. Isso é aplicado à alfabetização por meio de materiais que envolvem o tato, a visão e a audição. Isso ajuda a reforçar a compreensão dos símbolos escritos e dos sons da linguagem.
d. Ênfase na Escrita antes da Leitura: Montessori frequentemente introduz atividades de escrita antes das atividades de leitura. As crianças começam a formar palavras e frases usando letras móveis, permitindo que elas desenvolvam uma compreensão concreta das relações entre os sons e as letras.
Em resumo, a alfabetização segundo Montessori se concentra em criar um ambiente propício para a aprendizagem autodirigida, onde as crianças podem explorar a linguagem de maneira concreta e significativa. Isso ajuda a desenvolver habilidades linguísticas, promover a confiança e nutrir um amor pelo aprendizado ao longo da vida.

7. Ainda sobre a alfabetização Montessori...

1. Tempo de Aprendizado:
Muitas pessoas questionam quanto tempo leva para que uma criança alfabetizada segundo a abordagem Montessori esteja em sintonia com crianças que passaram por métodos tradicionais de alfabetização. O tempo de aprendizado na abordagem Montessori pode variar de criança para criança, uma vez que o foco está no ritmo individual de cada uma. Enquanto algumas crianças podem começar a ler e escrever muito cedo, com 3 ou 4 anos, outras podem levar mais tempo. O importante é permitir que a criança progrida no seu próprio ritmo, sem pressões excessivas, porém, com estímulos adequados e acompanhamento constante.
2. Introdução das Letras:
Há dúvidas sobre como e quando introduzir as letras às crianças, especialmente levando em consideração a abordagem sensorial e manipulativa de Montessori. No método Montessori, as letras são introduzidas de forma sensorial e concreta, por volta dos 4 anos. Materiais como as letras de lixa e as letras móveis permitem que as crianças explorem as formas das letras e os sons que elas representam antes de começarem a formar palavras.
3. Estrutura Curricular:
Algumas pessoas podem se perguntar como é estruturado o currículo Montessori para a alfabetização, especialmente em comparação com os currículos tradicionais. O currículo Montessori para a alfabetização é baseado em materiais concretos específicos que permitem às crianças progredir gradualmente, passando de atividades simples para mais complexas à medida que desenvolvem suas habilidades.
4. Papel do Educador:
O método Montessori exige um papel de educador mais orientador do que tradicional, o que pode gerar dúvidas sobre como o educador deve interagir com as crianças e quando deve intervir. O educador Montessori atua como um guia e observador. Eles estão presentes para fornecer orientação quando necessário, mas também permitem que as crianças explorem e façam descobertas por conta própria. O educador observa os interesses e necessidades individuais e adapta sua abordagem de acordo.
5. Avaliação do Progresso:
Como os educadores Montessori avaliam o progresso das crianças na alfabetização? Como saber se uma criança está atingindo os marcos apropriados? A avaliação no método Montessori é contínua e baseada na observação cuidadosa do educador. Eles acompanham o desenvolvimento das habilidades linguísticas da criança, observando sua capacidade de formar palavras, ler, escrever e se comunicar eficazmente.
6. Incorporação de Tecnologia:
Em um mundo cada vez mais tecnológico, surge a dúvida sobre como o método Montessori lida com a introdução de tecnologia no processo de alfabetização. O método Montessori tende a limitar o uso de tecnologia em idades mais jovens, focando mais nas experiências práticas e tangíveis. No entanto, em idades mais avançadas (Ensino Fundamental Anos Iniciais), a tecnologia é introduzida de forma criteriosa e equilibrada em sala de aula, como um recurso de aprendizado cheio de possibilidades.
7. Adaptação para Diferentes Estilos de Aprendizado:
Como a escola lida com as variações nos estilos de aprendizado das crianças e como se adapta para atender às necessidades individuais? A prática de nossa escola é flexível e busca atender às necessidades individuais das crianças. Os materiais e atividades são projetados para abordar diferentes estilos de aprendizado, permitindo que as crianças explorem e aprendam de maneiras que façam sentido para elas.
8. Transição para o Ensino Tradicional:
Muitos pais podem se preocupar com a transição de uma criança educada no ambiente Montessori para um ambiente de ensino mais tradicional. A transição de um ambiente Montessori para um ambiente de ensino mais tradicional pode variar em sua suavidade, a depender das diferenças individuais e do ambiente para o qual está migrando. Crianças educadas em Montessori geralmente desenvolvem habilidades de autonomia, auto-regulação e pensamento crítico, que podem ajudar na adaptação a quaisquer novos ambientes.
9. Aquisição de Habilidades Avançadas:
Além da alfabetização básica, como o método Montessori lida com a aquisição de habilidades mais avançadas, como a leitura fluente e a escrita criativa? O método Montessori não se limita à alfabetização básica, mas também pode preparar as crianças para habilidades mais avançadas. À medida que desenvolvem uma base sólida na linguagem, as crianças podem se envolver em leitura mais avançada, escrita criativa e análise literária.